ASSOCIAÇÃO CULTURAL E DESPORTIVA DE SANTA MARTA DE PORTUZELO

SEDE: CASA DO POVO
RUA DE SANTA MARTA DE PORTUZELO
4925-104 SANTA MARTA DE PORTUZELO

Ao logo destes trinta e oito anos, indiferente aos obstáculos e incompreensões que lhe foram surgindo, a Associação foi sempre um espaço de liberdade e iniciativa.

História

Era o dia um de Setembro de 1976. Nessa noite, na sede da Junta de Freguesia, um numeroso grupo de santamartenses, na sua maioria jovens, reunidos em Assembleia Geral, fundava a Associação Cultural e Desportiva de Santa Marta de Portuzelo e aprovava os seus estatutos. 

Aos três dias de Outubro de 1977, no Cartório Notarial de Ponte de Lima, era registada oficialmente, mediante escritura pública, sendo seus outorgantes José Magalhães, indiscutivelmente a alma da Associação nos primeiros tempos, José Ferreira, José Soares, António Arieira, José Evaristo, José Carvalhido Videira, Noé Rocha, António Carvalhido, Avelino Passos e Albano Dias, e aos catorze dias de Janeiro de 1978 a Assembleia Geral de Sócios aprovava o seu primeiro Regulamento Geral Interno, após uma longa maratona de reuniões preparatórias do seu núcleo fundador, realizadas nas casas do Escola de FolcloreLuís Gonzaga, do José Ferreira ou na seda da Junta. 

Era o culminar de um longo processo e a concretização de um sonho que vinha de antes do 25 de Abril mas que começara a ganhar forma sobretudo nos anos quentes da Revolução. Por isso, a Associação é, pode dizer-se, uma conquista de Abril.

Ao longo do Séc. XX, Santa Marta nunca fora propriamente uma freguesia acomodada. Bem pelo contrário. Viveu apaixonadamente os anos conturbados da 1ª República, período onde a luta político-religiosa em Santa Marta foi de tal modo acesa que não escapou ao registo da imprensa da época em episódios que fariam as delícias de um romance histórico. 

Atravessou os anos da Ditadura, ensaiando o cooperativismo e o associativismo, experimentando o teatro e a revista, jogando futebol, primeiro no campo de Samonde, no tempo dos “pernicas” e dos denominados ”criminosos”, e, mais tarde, no campo da Ínsua em tardes de maré cheia, empolgando-se com o folclore sob a maestria do Dr. Sousa Gomes, durante as décadas de 40, 50 e 60, desafiando o regime por altura dos actos eleitorais.

Terminado o período tutelar do Dr. Sousa Gomes, com o fim do Grupo Folclórico, um imenso vazio se apoderou da freguesia. Até que, em finais de 71, surge o grito de liberdade da Lista B ao vencer as eleições autárquicas de Outubro contra os candidatos do regime. 

E menos de um ano depois, Santa Marta engalanava-se de novo, retirava das arcas os seus melhores fatos e assistia ao renascimento do seu Grupo Folclórico, sob a direcção de Abílio Costa, continuando a ser o seu ex-libris fora de portas. E o interesse pelo desporto renascia também. Os jovens começavam a movimentar-se. E em 31 de Dezembro de 72 tinha lugar a 1ª Corrida de S. Silvestre de Santa Marta.

Nascida no auge do movimento associativo que percorreu o país no pós-25 de Abril e que testemunhou o desejo de participação e intervenção activa dos jovens na vida comunitária, a história da Associação Cultural e Desportiva de Santa Marta de Portuzelo é um exemplo de perseverança e de crença nos princípios do associativismo.

Apoiada, desde o início, pela Junta de Freguesia, primeiro durante o longo consulado da presidência de Luís Gonzaga, também ele um dos seus fundadores, que tudo fez, desde a aquisição de terreno às tentativas para a construção de sede e instalações próprias, e, depois, pelos executivos de Carlos Antunes e Hermenegildo Costa, a Associação está sedeada na Casa do Povo desde os finais da década de oitenta, mercê da boa cooperação que tem existido por parte da sua actual Direcção.

Ao logo destes trinta e oito anos, indiferente aos obstáculos e incompreensões que lhe foram surgindo, a Associação foi sempre um espaço de liberdade e iniciativa. Promoveu o atletismo, o andebol, o minibasquetebol, o futebol, o ténis de mesa, o cicloturismo, a pesca desportiva, o karaté. Pelas S. Silvestre de Santa Marta passaram, entre outros, nomes grandes do atletismo nacional, como os irmãos Dionísio e Domingos Castro, António Campos, José Negrão, Aurora Cunha, Albertina Dias, Rosa Mota e Manuela Machado, que em Santa Marta fez a primeira corrida da sua brilhante carreira de atleta. 

E em 1993 a Associação ganhava a Taça da Associação de Futebol de Viana do Castelo, com a família Araújo na Direcção da Associação e na secção de futebol. Na cultura, fez e promoveu o teatro, organizou exposições, espetáculos musicais, de convívio e de cinema, criou cursos de alfabetização de adultos, levou a população de Santa Marta a desfrutar as belezas do Lima através de passeios fluviais.

Hoje, a Associação atravessa de novo um período de grande vitalidade, por mérito quer da sua Direção, quer dos seus associados, cujo número não para de crescer. Apostada, com o apoio claro da autarquia, em recuperar as instalações da Casa do Povo, a Direcção de Justino Vieira procura criar condições em termos financeiros e de infraestruturas tendo em vista, a curto prazo, a prática regular de atividades desportivas e culturais, objetivos que há vinte e sete anos presidiram ao acto de fundação da Associação, e a sua transformação num espaço vivo de lazer, cultura e recreio.

Com regularidade, funcionam hoje as secções de cicloturismo, de karaté, de futebol de 11 para veteranos, de futebol de 5 no Pavilhão Municipal da Escola de Santa Marta e de folclore, com a Escola de Folclore de Santa Marta, hoje com cerca de oitenta alunos, cujos responsáveis vêm desenvolvendo, há dois anos a esta parte, um projeto pedagógico extraordinário de ensino/aprendizagem das nossas danças e cantares e que conta já assinaláveis êxitos dentro e além-fronteiras.

Fiel ao espírito dos seus fundadores, a Associação Cultural e Desportiva de Santa Marta é hoje uma realidade incontornável da freguesia, um espaço de intervenção cívica e de exercício da cidadania e o seu papel assume uma importância cada vez maior face à complexidade da vida das sociedades modernas e à emergência da cultura e da civilização do lazer.